segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sei que estás aí

Sei que estás aí algures. É só o que sei. Já que, mesmo após ter pegado nesta caneta e de estar a escrever neste exacto momento, ainda continuo sem saber o que mais dizer.
Só sei que estás aí. Quem és, onde estás, como és, isso para mim é uma incógnita.
Inevitavelmente serás uma outra parte de mim, como se a tua alma fosse o meu reflexo no espelho e, ainda assim, a imagem não me pertença.
Provavelmente já nos teremos cruzado no mundo dos sonhos. Já vi como é o teu olhar e senti o toque da tua pele. Talvez por isso mesmo sinta tanto a tua falta, como se a ausência dos teus beijos me desfizesse uma parte dos meus sentidos.
Eu sei que estás aí. Provavelmente nunca lerás as palavras que te escrevo, ausente numa outra realidade, num outro tempo, preso noutros olhares, perdido no outro lado do oceano da vida.
Ainda assim, escrevo estas palavras porque sei que estás aí.
Quero sair pelo mundo, ausentar-me do que me aprisiona, das grilhetas do comum e das prisões das mentalidades que me intoxicam. Quero sair à tua procura, voltar a ver esse teu olhar, sentir os teus dedos na minha face, relembrar-me das suaves carícias que me fizeste no rosto, saborear-te de novo num eterno beijo apaixonado.
Eu sei que estás aí. Talvez um dia te encontre. Quem sabe se, nesse dia, também me encontro a mim...

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