terça-feira, 28 de agosto de 2012

Alma minha

Há uma angústia que me consome.
Alguma coisa que me incomoda.
Que me corrói a alma e deturpa o pensar.
As brumas adensam-se à medida que o tempo passa.
Não há sol que me ilumine, não há lua que me guie, não há verde campo que me alegre.
Apenas um fogo que me queima o olhar.
Ardo pelo mundo dentro e caminho pela vida fora.
Algo me falta, que não me deixa ficar completa, una com o que me rodeia!
E é uma insana loucura esta de procurar fora
O que sei que não é fora que vou encontrar...
Passos largos. Passos curtos.
Mas não deixo de caminhar!
Procuro-te em todos os recantos da Terra.
Em todos os que os meus olhos ainda vêm.
Procuro, procuro e volto a não te encontrar...
Cansada, por fim, volto para dentro
E num raro e são momento
Vejo-te fugazmente no espelho, olhando-me desse outro lado de mim.
Lanço-me de novo à tua procura, mas desta vez sem sair do lugar.
Respiro fundo, levando-me para dentro.
Acho-te em mim,
E choro por medo de ainda assim não te encontrar.
Busco-te e o meu coração bate quando te sinto,
Só então torno a respirar.
Deito tudo cá para fora,
E peço-te que me acompanhes, para finalmente descansar.
Só então estou feliz e completa.
Eu em ti, tu em mim.
Duas partes que se unem para não mais se separar!
E apesar de toda a busca me ter deixado dorida
É com alegria que sinto finalmente
a minha Alma, que subiu de novo à tona
Depois de anos dormente e sem vida
Para não mais me abandonar...